“Hwarang: The Poet Warrior Youth” à primeira vista é mais um drama de “flower boys”, expressão coreana para “garotos bonitos”, daqueles feitos propositalmente para apelar ao público feminino. E, de fato, isso foi o que mais me prendeu ao histórico, porém não pelas razões óbvias — a beleza dos rapazes, que também é sempre muito bem-vinda. O que mais me cativou em “Hwarang” foram as amizades, ou os famosos “bromances”, dentro e fora da TV.

Esse não é um dos meus dramas favoritos, e sempre penso nele como uma visão mais otimista de outro drama de “flower boys” — o sombrio “Moon Lovers: Scarlet Heart Ryeo” (SBS). E é justamente nisso que “Hwarang” acerta em cheio: ser totalmente fiel na execução do seu enredo principal sobre um grupo de homens sem laços de sangue que se unem por um bem maior. Esta missão maior do que eles é salvar seu reino de suas próprias famílias aristocratas arrogantes. O reino de Silla precisava de uma reforma política, então uma rainha e um renegado unem forças para dar poder a quem sempre detém mais do futuro — os mais jovens. E que bom que os dois tiveram essa ideia aparentemente maluca.

Eu amo um ensaio fotográfico Elenco de Hwarang para a revista High Cut

Apesar de a trama principal ser a padrão de um sageuk (dramas históricos coreanos) de disputas pelo trono, isso termina sem tanto brilho na história, totalmente ofuscado pela dinâmica das relações de amizade e laços inusitados que se formam entre os rapazes, que vão de ricos a pobres, renegados do reino ou não.

Essa dupla <3

Se Park Seo Joon, a estrela de “Fight For My Way” e “She Was Pretty”, recebesse o cachê por cada bromance cativante que estrelou em “Hwarang”, eu gostaria de ter sua conta bancária, porque apenas nesse drama foram três! E ainda bem que foi assim, já que não gostei muito do casal principal interpretado por ele e Go Ara (estrela do drama “Haechi”). Sun Woo Rang (Park Seo Joon) e Mak Moon (Lee Kwang Soo, que vocês conhecem bem de “Running Man” e “It’s Okay, That’s Love”) já começam a história esmagando nossos corações de um jeito que eu só não conto mais para não dar spoiler, e também porque não acho justo sofrer sozinha, quero que quem ainda não assistiu ao drama vá desavisado, como eu fui. Se é que não é previsível em sageuks esses momentos de desespero total. Tem de ter, né?

Essa cena é hilária! E fofa demais!

Ao longo do drama, Park Seo Joon ainda dividirá a tela com duas pessoas, em relações definidoras para a trama: a aproximação com o rei recluso Ji Dwi Rang (Park Hyun Sik, de “High Society”) e a avalanche de fofura com Han Sung Rang (V, do BTS). Mas se você achou que esse protagonista já tinha sofrido o suficiente, enganou-se, porque protagonista sempre pode sofrer mais um pouco. Entre rivalidades e proibições, ainda tivemos o que chorar e acumular raiva com essas duas duplas. Mas, aspectos esses pelos quais eu fui bem grata, porque por meio de parcerias com outros personagens o protagonista conseguiu me conquistar, já que sua saga individual se torna desinteressante a partir de dado momento da história.

Park Hyun Sik Park Seo Joon e Kim Tae Hyung Amizade que foi para fora das telas <3

E o que dizer da grande rivalidade que vira uma grande amizade entre Soo Ho Rang (Choi Min Ho, do SHINee) e Ban Ryu Rang (Do Ji Han), que ainda é pano de fundo para um dos meus casais secundários favoritos nos dramas: Ban Ryu Rang e Soo Yeon (Lee Da In). Não há nada que a vontade de concretizar um objetivo em comum não resolva, e esses dois moços são a prova disso, seja para salvar o país ou ver uma irmã feliz.

Esse era o quarto da loucura!

Contudo, um dos desenvolvimentos de personagem surpreendentemente interessantes é o de Han Sung Rang (V). Era a estreia de Kim Tae Hyung nos dramas, e inicialmente Han Sung Rang nada mais era do que um menino rico, bonito e “bon vivant”, mas sua história se tornou para mim um dos lados mais comoventes de “Hwarang” e que me prendeu ao abordar a desigualdade do “sistema de classificação de ossos”, algo que pode ser considerado como preconceito racial, através do meio-irmão de Han, Dan Se (Kim Hyeun Joon), maltratado e preterido apenas por ser “meia raça”, mesmo que ele fosse superior ao seu irmão de “sangue puro” em tantos aspectos.

Protagonistas de cenas que me emocionaram! O personagem do V cresce muito no drama

Definitivamente, se eu fosse depender das mulheres de “Hwarang” para gostar do drama, não teria funcionado, infelizmente. Não porque sejam personagens desinteressantes em essência, todas possuem premissas que dariam ótimos desenvolvimentos — uma ousada contadora de histórias, uma princesa mestre em luta e artes marciais e uma rainha estrategista política que comanda todo um reino.

Mas o drama focou demais nos rapazes, e todas terminam resumidas a estereótipos: a mocinha “donzela em perigo” Ah Ro (Go Ara), a rival princesa Sook Myung (Seo Ye Ji) e a rainha megera Ji Soo (Kim Jee Soo) — atrizes que fizeram tantos outros trabalhos melhores. Além da simpática melhor amiga da protagonista, até quando se trata de escolher uma alma feminina favorita em “Hwarang”, talvez eu ainda escolhesse um dos rapazes e daria meu voto a Yeo Wool Rang (Jo Yoon Woo).

Yeo Wool Rang lindíssima paquerou tudo

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