Agosto foi o mês do sci-fi no KOCOWA, mas é só o início de uma jornada que começou muito bem. Você vai se sentir assistindo a filmes tipo superprodução com “SF8” e “Alice”.

“SF8” é uma coletânea de ficção científica em oito episódios com oito diretores diferentes, fazendo de cada história uma experiência cinematográfica única. E falo de cinema porque é assim como nos sentimos vendo, como se fossem curtas-metragens. De fato, os diretores (e diretoras) escalados têm mais filmes em seus currículos, e “SF8” foi um projeto ousado lançado primeiro no serviço coreano de filmes, Wavve, produtor da antologia. Em seguida, estreou no canal MBC em agosto. Cada episódio é inspirado em um conto de escritores coreanos diferentes. Por mais que seja inevitável compararmos a série com a britânica “Black Mirror”, “SF8” tem, sim, sua própria criatividade.

O episódio “Joan’s Galaxy” também já disponível.

Estrelado por Lee Yoo Young brilhantemente em dois papéis, o primeiro episódio exibido, “The Prayer”, é sobre uma robô humanoide cuidadora que cria uma verdadeira obsessão pela filha da mulher em coma que ela cuida. Quase um terror com clima perturbador, esse conto funcionou bem para Min Kyu Dong, um diretor que estreou com longas de horror, portanto é um estilo que ele domina. Seu talento para tal eleva as tensões de “The Prayer” e seu texto afiado cheio de reflexões sobre fé e a ambiguidade das emoções humanas. Destaque para o incrível diálogo ao telefone entre a freira e a robô.

Mais leve, e até cômico, o segundo episódio, “Manxin”, acompanha um mundo que acredita cegamente no destino por meio de um aplicativo de horóscopo, o Manxin do título. Parece ridículo, né? No entanto, não acho tão distante assim da nossa realidade. Mas nem todos acreditam na Inteligência Artificial, uma mulher acha que sua irmã viciada no App morreu por isso e parte em uma investigação. To Sun Ho (Lee Yun Hee) se une a um fanático pelo “Deus” do destino e sai em uma jornada que nos levará a debates de até onde devemos ir para saber sobre o futuro próximo, anulando nosso livre arbítrio.

Alice: Joo Won e Kim Hee Seon em ação!

“Alice” também teve um começo eletrizante, em dois episódios de ritmo envolvente, emocionante e intrigante do primeiro ao último minuto. Joo Won conta no episódio especial de lançamento (disponível no KOCOWA) que queria muito que Kim Hee Seon aceitasse o papel (de coprotagonista e mãe dele). Após assistirmos ao início, entendemos totalmente a ansiedade dele. No episódio piloto, que introduz a história do protagonista, conhecemos a força e a determinação incríveis de uma mãe — Kim Hee Seon é arrebatadora no papel.

Com este elenco experiente, as atuações são um ponto alto do drama, dando o toque melodramático na medida para lembramos que esta é uma ficção científica coreana. O próprio Joo Won disse em entrevista que os aspectos emotivos e humanos são o diferencial do sci-fi sul-coreano.

Além disso, “Alice” é uma boa série de ação e suspense, com muitas sequências de tiro, porrada e bomba nos dois episódios iniciais. Efeitos especiais, cenografia e visuais de cair o queixo, a produção é de qualidade cinematográfica. Embora, com todos os recursos narrativos típicos para TV, como muitas perguntas deixadas no ar, eu me senti quase o tempo inteiro assistindo a um competente suspense policial que tem como bônus a viagem no tempo — e um belíssimo visual, de elenco e fotografia.

Nossa jornada para entender a humanidade, tempo, espaço, presente e futuro continua no KOCOWA. Fiquem ligados para os próximos episódios de “SF8” e “Alice”!

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