Esta é a minha primeira vez acompanhando um longo drama familiar coreano, e o que estou assistindo agora será exibido até março de 2020 (terá um total de 100 episódios de 35 minutos cada), então estou apenas no começo da jornada e esse texto vai ser quase uma resenha de primeiras impressões. Acho que fiquei devendo um conteúdo melhor sobre “Beautiful Love, Wonderful Life” do que o publicado no final de setembro, quando falei sobre ele no post “Lançamentos Kocowa para todos os gostos”. Mas já adianto que ainda não entendo muito bem o nome do drama e sigo encontrando pouco do “amor bonito, vida maravilhosa” nessa história.
Sinopse: Jun Hwi parece ser um funcionário de escritório como qualquer outro, mas, na verdade, é um chefe disfarçado e o próximo sucessor ao cargo de CEO da empresa. Com uma aparência elegante e arrojada, muitas mulheres se interessam por ele. No entanto, como um homem que não acredita em casamento, rejeita todas. Ele também é uma pessoa rigorosa que odeia perder. Por outro lado, Cheong Ah é uma mulher que mal consegue sobreviver com empregos de meio período, enquanto tenta passar nos exames para serviço público pelo oitavo ano consecutivo. Um romance juvenil começa quando Cheong Ah, uma garota que é leal até demais, conhece Jun Hwi, um homem egocêntrico que não acredita no casamento.
Nenhuma sinopse que eu leio desse drama faz jus a tudo que encontramos quando assistimos “Beautiful Love, Wonderful Life” (ou BLWL, como já apelidei economicamente e carinhosamente), então se concentrem mais no que vou dividir com vocês agora! BLWL é focado em quatro personagens principais — Kim Cheong Ah (Seol In Ah), Goo Jun Hwi (Kim Jae Young), Kim Seol Ah (Jo Yoon Hee) e Moon Tae Rang (Yoon Park).
Como se trata de um drama familiar, este possui uma estrutura narrativa mais linear e parecida com as novelas que assistimos na TV aberta brasileira, logo, o k-drama começa numa primeira fase no ano de 2009 e depois tem um salto temporal para 2018, a segunda fase. A princípio a primeira fase é muito instigante, mas um pouco cansativa da metade para o final, porém é essencial que você passe por ela completamente (em 8 episódios) para entender o que virá depois, na segunda parte da história.
Acima: as irmãs Kim
Cheong Ah (Seol In Ah) no início é uma estudante que sofre bullying e violência escolar, Jun Hwi (Kim Jae Young) é um rapaz prestes a ingressar no serviço militar obrigatório, Seol Ah (Jo Yoon Hee) é a irmã mais velha de Cheong Ah e uma âncora de telejornal usando sua carreira e visibilidade para procurar um marido rico, enquanto o cozinheiro Tae Rang (Yoon Park) é o único deles que conhecemos a partir da segunda fase do drama.
O casal principal Seol In Ah e Kim Jae Young é, definitivamente, o que mais faz meu coração flutuar e estrela uma das minhas cenas favoritas da primeira fase, uma sequência desastrosa de comida e amor à primeira vista num trem. Ali, num momento que seria apenas para delinear o monte de coincidências que só estavam começando, eu imediatamente fui conquistada pela química da dupla. Foi penoso ter de esperar tantos episódios para vê-los juntos de novo (o Sr. Soldado sumiu para gravar “Secret Boutique”? Rs), mas vale a espera. É em Cheong Ah e Jun Hwi onde mais enxergo a beleza da vida e do amor do tal título, mais do que em qualquer outro núcleo do drama. E tudo certo, né? Nada mais coerente do que os protagonistas carregarem o significado da história.
A âncora Seol Ah conseguirá realizar o sonho de casar com um homem rico ao fisgar Do Jin Woo (Oh Min Suk), mas a altos custos, e não é de dinheiro que estou falando — é sobre uma mulher que vai se isentar do amor e da própria família para ser rica numa vida infeliz de aparências. Eu acho a personagem de Yoon Hee a mais interessante dos quatro, já que, ao mesmo tempo em que parece louca em suas ambições, ela tem motivos palpáveis. Você pode até não suportá-la, mas duvido já não ter desejado também algum luxo dos muitos que Seol Ah almeja.
Seol Ah é a personagem em que mais vejo nuances e camadas que vão sendo mostradas aos poucos para nós, e eu até hoje não sei se tenho raiva ou pena dela. Acho que tudo isso junto. Jo Yoon Hee é a única atriz veterana dos quatro principais e retorna à TV depois de casar e ser mãe. É visível o quanto a atriz está dando tudo de si nesse regresso, e, ao contrário do outro casal, este segundo com Seol Ah e Tae Rang é o que tem os diálogos mais afiados e mordazes. Palmas para essa dupla.
Em “Beautiful Love, Wonderful Life” encontrei um Yoon Park totalmente diferente do que conheci em “Radio Romance”, onde ele era um produtor de rádio empenhado e irreverente (e sei que muitos não gostavam dele, mas eu me divertia). Neste k-drama, ele é o mais centrado dos principais, e o único defeito que achei nele não está no próprio Tae Rang, está na irmã dele, a manipuladora Moon Hae Rang — Jo Woo Ri novamente num papel assim, semelhante a “My ID is Gangnam Beauty”, ela quer nos vencer no ranço.
Mesmo que pareça à primeira vista que Tae Rang não tem conexão alguma com o enredo dos outros três, além de sua irmã, suspeito fortemente que ainda veremos uma reviravolta envolvendo o passado da família dele conectado ao dos outros. Tenho minhas teorias.
Casamento, desigualdade social, preconceito, depressão e suicídio são alguns dos temas abordados diretamente por “Beautiful Love, Wonderful Life” (então, quem for assistir, fique alerta para possíveis gatilhos e traumas). Apesar de o drama ter um viés de comédia romântica e ser focado num elenco jovem adulto, ele ainda se apoia muito no melodrama, como um típico novelão, por isso teremos doses excruciantes de todos os tópicos que citei acima. Tudo somado a uma significativa porção de negligência familiar e abandono afetivo.
Até onde assisti não encontramos clichês como amnésia e segredo de nascimento, porém temos muito daquelas séries de desencontros e coincidências que nos deixam malucos! Esse é um aspecto no qual a roteirista Bae Yoo Mi é uma especialista, conheci seu estilo em “Should We Kiss First?” e agora comprovei em “Beautiful Love, Wonderful Life”.
Pessoas que não se encontram quando deveriam, situações não compartilhadas e sentimentos sufocados, mentiras e segredos, egoísmo atrás de egoísmo. E assim se tece uma teia entre os quatro protagonistas que beira o suspense, e eu não sei como será para resolver, só sei que será difícil desfazer. Vou amar assistir aos dois casais transformarem suas vidas através de suas relações, mas pode separar o chá de camomila e os calmantes para passar raiva comigo até março de 2020.
E aí, se interessou pelo drama? Então aproveite para maratonar os episódios já lançados, ficar em dia para acompanhar e, com isso, ainda participar do concurso “Maratona Premiada” do Kocowa. Concorra a diversos prêmios até o dia 9 de dezembro de 2019. Saiba mais clicando aqui. Corre!
Assista a “Beautiful Love, Wonderful Life” legendado em português no Kocowa Brasil.
1 Comment
Obrigado pela sua sinopse detalhada. Diferentemente de você, já fazem alguns anos que gosto muito de acompanhar dramas mais longos, eu estava em busca de um novo para ver e achei esse, sem dúvida irei conferir.