Uma Gong Hyo Jin azarada que atrai fantasmas e encontra um escudo de proteção contra isso no corpo do So Ji Sub! Só essa premissa hilária e absurdamente perfeita já seria o suficiente para jamais esquecer “Master’s Sun”. Eu não costumo ter “memória afetiva” — na verdade, não é comum eu ter memória boa no geral, tanto que levei todos os sustos de novo com os fantasmas deste drama ao reassisti-lo recentemente, anos depois de quando o vi pela primeira vez em 2013, ano de seu lançamento. Isso porque eu já não me lembrava de quase nada tanto tempo depois, somente que na época tinha adorado e devorado essa história. Mas agora vou contar nesta resenha nostálgica especial de Halloween como “Master’s Sun” faz totalmente jus à alcunha de clássico.
Uma comédia romântica sobrenatural
Para começar, se eu mal lembrava os detalhes do drama, assistir tudo de novo e continuar amando já é prova de que “Master’s Sun” resistiu bem à passagem do tempo sem ficar datado, e o mais importante: continua divertido. Um dos aspectos para ser clássico não é só o sucesso na época em que saiu, mas também a maneira como aquela obra reage ao tempo. Eu continuei rindo das roupas e cabelos terríveis do Joo Joong Won (So Ji Sub) enquanto diz “kôojo” e expulsa os outros, ainda me diverti com as olheiras e trapalhadas, ambas enormes, da Tae Gong Shil (Gong Hyo Jin), e chorei, chorei tudo de novo, com os fantasmas que nossa heroína ajuda.
“Master’s Sun” permanece tão influente que as próprias criadoras, as irmãs Hong, tentam replicá-lo até hoje. Se você por acaso é um novato, e assistiu recentemente “A Korean Odyssey” ou “Hotel Del Luna”, te garanto: você viu atualizações de “Master’s Sun” que, mesmo com tanto orçamento e estrelas tão boas quanto, para mim não se igualam ao seu antecessor de 2013. Não se igualam nas audiências também, já que em 2013, o drama da SBS manteve durante toda a sua exibição uma média de 18%.
O melhor casal das roteiristas Hong
Um aspecto fundamental para a qualidade atemporal deste k-drama já está no título: o casal. “O Sol do mestre” (em tradução livre) se refere à protagonista “solar” Tae Gong Shil, apelidada “Tae Yang” (parte de seu nome significa “Sol” em coreano), e o “mestre” está ligado ao líder masculino, o frio e calculista “Joo Goon”, apelidado assim pelos seus colegas e funcionários do shopping onde é o presidente. Digo com a tranquilidade de quem já viu muitos dramas das roteiristas Hong: esse é o melhor casal que elas já criaram. Com o peso da atuação essencial dessa dupla de artistas, claro. Esses dois com sua interação única e cômica merecem ter referências diretas no nome “Master’s Sun”.
A dupla também tem um dos enredos mais consistentes e convincentes em dramas das Hong. Existe construção e desenvolvimento, Joo Goon e Tae Yang têm histórias com as quais conseguimos facilmente simpatizar, e melhor ainda, mistérios que prendem a atenção e nos instigam a desvendar seus mistérios. Joo Joong Won (So Ji Sub) ficou disléxico devido a um trauma de quando foi sequestrado (interpretado por um jovem Kim Myung Soo), mas há muito mais sobre esse incidente do que imaginávamos. E mesmo eu que já havia assistido, porém esqueci, fiquei teorizando tudo de novo sobre o que poderia ter acontecido a este homem com fama de amaldiçoado pelo seu primeiro amor.
Que a Gong Hyo Jin é ótima todos já sabemos, e comprovamos pela milésima vez em “When the Camellia Blooms” (Para Sempre Camélia), mas se tem algo que eu não havia esquecido sobre “Master’s Sun” era o final dela e a linda explicação do porquê Tae Yang brilha tanto quanto um Sol para os fantasmas. Hyo Jin interpretou uma das melhores protagonistas em k-dramas das irmãs Hong, pelo simples fato de que ela possui todo um arco próprio, independente do protagonista homem e sua conexão pelo toque. A questão dos poderes sobrenaturais dela tem um desfecho surpreendente.
Coadjuvantes que amamos
E não só pelos principais esse drama é ótimo, eu sofri novamente pelo adorável secundário Kang Woo (Seo In Guk), assim como me diverti com seu outro interesse romântico, a persistente Tae Yi Ryung (Kim Yoo Ri). É em “Master’s Sun” também que temos uma das minhas personagens favoritas da Kim Mi Kyung. Antes de reassistir eu ainda guardava meu carinho por sua poderosa Joo Seong Ran. Adoro como ela não se resumia a ser apenas uma mãe ou figura materna. Acontece bastante de atrizes mais velhas após certo tempo na TV pegarem sempre os mesmos papéis. Mas Seong Ran era somente ela mesma, uma mulher rica que ousou casar com um homem mais jovem, formando um casal divertidíssimo para a história.
Como “Master’s Sun” tinha aquele formato quase procedural de casos sobrenaturais para resolver por episódio, também encontramos em cada pequena história vários atores jovens que se tornariam mais populares anos depois, como a Kim Bo Ra de “SKY Castle” e a Kim Bo Mi de “Angel’s Last Mission: Love”, entre outros.
OST icônica
Eu não posso terminar essa “resenha tbt” sem citar a OST que eu escuto sem parar há anos: “Touch Love”, da Yoon Mirae, esse hino inabalável cantado pela famosa rapper coreana-americana e que eu nunca canso de ouvir e idolatrar. “Master’s Sun” ainda conta com canções da Hyolyn e da Gummy, duas divas das OSTs de k-dramas até hoje. Até o Seo In Guk cantou nessa trilha. Enfim, drama bom tem OST de respeito, né? Não seria diferente com “Master’s Sun”, e não se engane pelo terror dos espíritos, o amor ensolarado de Joo Goon e Tae Yang ainda pode iluminar nossos dias.