“The Game: Towards Zero” é o novo drama de suspense e sobrenatural do canal MBC, e fique atento a ele se você é dos que gostam de histórias para pirar em teorias (eu nem gasto tanto mais meus neurônios, só fico perdida a cada final de episódio). Este drama segue a linha dos suspenses policiais com uma pitada de fantasia sobrenatural, semelhante a “Signal” e “Sketch”. Essa mistura já é forte há tempos no cinema coreano e parece que será uma tendência na TV neste primeiro semestre de 2020, tendo mais estreias do mesmo estilo. “The Game” deu início a esta safra. Se liguem nessa dramaland meio “gótica” que vai rolar por alguns meses.

Sinopse: Tae Pyung nasceu com a habilidade de ver como alguém vai morrer e o que vai acontecer antes da morte. Ele também vê a própria morte. No entanto, essa habilidade não funciona com a investigadora Joon Young, da Unidade de Crimes Violentos. Desde que perdeu o pai ainda criança, ela tem mantido uma cicatriz no coração que a impede de depender das pessoas. Mas, à medida que começa a conhecer Tae Pyung mais a fundo, ela sente o desejo de curar as feridas dele assim como as dela também. Por outro lado, Tae Pyung não consegue entender por que ele não consegue ver a morte de Joon Young. Um medo terrível toma conta dele, e, finalmente, ele é obrigado a encarar a verdade que não conseguiu descobrir.

Ok Taec Yeon Lee Yeon Hee e Lim Ju Hwan

“The Game: Towards Zero” marca o retorno de um veterano ídolo de k-pop, Ok Taecyeon, do 2PM, após a conclusão de seu serviço militar. O ator ídolo já é conhecido no gênero de suspense por dramas como “Save Me” e “Let’s Fight, Ghost”, este último no qual ele conseguia ver e até bater em fantasmas. Dessa vez ele não vê pessoas mortas, mas sabe como elas morrerão. É a primeira vez que assisto a algo com o ator e até o momento não tenho do que reclamar. Taecyeon consegue dar a Tae Pyung as nuances necessárias para alguém que teve uma vida inteira rodeada pela visão da morte, mas que externamente parece uma pessoa alegre e tranquila.

Qual é a história deles com o serial killer? Por que a investigadora é a única que Tae Pyung não pode ver a morte? Quais os limites do destino? Pela introdução da história são essas as perguntas que nós fazemos inicialmente. Mas elas são rapidamente respondidas e depois o drama vai além, e foi por isso que “The Game: Towards Zero” me surpreendeu se saindo melhor do que eu esperava.

Os episódios 1 e 2 (o equivalente a um episódio piloto de 1 hora) foram mais intimistas e mágicos, por focar mais no protagonista e na realidade dele — o que nos presenteou com belos momentos na direção de fotografia e efeitos visuais. Os detalhes “esotéricos” são parte importante da história e foi um pouco do que me interessou a assistir. Porém, como fã de histórias mais “pé no chão”, foram os terceiro e quarto episódios do drama que me conquistaram, com ritmo frenético, no suspense envolvendo o sequestro de uma adolescente, a corrida da polícia, a angústia de uma mãe, o descaso de um pai, a crítica certeira ao “jornalismo abutre” e uma reviravolta no final de todo o desespero.

Definitivamente, certos dramas você precisa dar uma chance além do piloto e este é o caso de “The Game: Towards Zero”. Tomaremos o mesmo lugar de dúvida do protagonista e eu não parava de pensar no quanto essa história é cheia de paradoxos — Tae Pyung vê o futuro na morte das pessoas, mas ao se envolver ele acaba se tornando parte dos acontecimentos que tentou evitar — algo clássico de fantasias que falem sobre o tempo.

Até o momento, “The Game: Towards Zero” tem 12 episódios (35 min) lançados, muito já aconteceu e perguntas já foram facilmente respondidas sobre o passado e presente, a respeito do assassino e protagonistas. Por que tão cedo? Onde o drama quer chegar? Eu tenho a teoria de que apesar de toda a superfície sobrenatural e de serial killer, esta é uma história sobre luto, perdas, traumas e as maneiras completamente diferentes como cada pessoa lidará com essas situações. Isso é mostrado didaticamente através das trajetórias dos três protagonistas — o herói, a mocinha e o vilão são todos consequência de passados assombrados pela morte.

Sobre o título do drama, ele faz referência ao método do serial killer (as vítimas morrem até a meia noite, outra versão do título é “The Game: Towards Midnight”), mas acho que há um duplo sentido e que também se trata de “voltar à estaca zero”, ao início de tudo, sobre muitos aspectos, gerando uma história quase com duas linhas temporais distintas que se cruzam e tentam colaborar juntas (alô, Signal?). Até agora eu diria que o único defeito de “The Game: Towards Zero” são as “trapalhadas” dos personagens que dizem informações importantes em voz alta no celular, deixando o vilão principal que está próximo saber de tudo (facepalm, rs). 

Eu espero que até o fim o drama consiga equilibrar bem o melodrama com o suspense e sobrenatural, o que até agora ele fez, mas o futuro do casal principal pode afetar essa harmonia. Tomara que não. Só sei que já estou tão preocupada quanto Tae Pyung sobre como protegermos a nossa admirável heroína Joon Young (Lee Yeon Hee), vencendo qualquer obstáculo e incertezas que encontrarmos pelo caminho. Assista a “The Game: Towards Zero” legendado no KOCOWA e venha perder os cabelos comigo.

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